Após denúncias de corrupção, Rodrigo Maia mantém DEM no governo Witzel

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ainda não decidiu sobre a saída do Democratas (DEM) do governo do Rio de Janeiro, atolado em denúncias de corrupção. O partido comanda atualmente a secretaria estadual de Obras e Infraestrutura e também a autarquia Imprensa Oficial. Maia conversou com o governador Wilson Witzel (PSC) pelo telefone após a Operação Placebo. Por enquanto, a legenda permanece com os cargos e na base aliada de Witzel na Assembleia Legislativa (Alerj), onde possui cinco deputados. Na semana passada, o Republicanos (ex-PRB), sigla ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, entregou a secretaria de Trabalho e Renda.

Derrotado por Wilson Witzel no segundo turno da eleição de 2018, o ex-prefeito Eduardo Paes tem pressionado Rodrigo Maia para que o DEM deixe o Palácio Guanabara de vez. Em entrevista nas Páginas Amarelas de VEJA desta semana, Paes defendeu a saída imediata do partido. “O DEM entrou no governo contra a minha opinião. Quem perde eleição não deve assumir secretarias”, declarou Paes para, em seguida, criticar a gestão Witzel: “Alertei muitas vezes sobre a proximidade de um dos maiores prestadores de serviço (o empresário Mário Peixoto) do governo na era Cabral com o candidato Witzel”.

A pasta de Obras e Infraestrutura foi negociada por Witzel diretamente com Rodrigo Maia. O deputado federal indicou para o cargo Bruno Kazuhiro, presidente nacional da Juventude do DEM e ex-assessor do vereador Cesar Maia, pai de Rodrigo. A secretaria é estratégica e responsável, por exemplo, pela Empresa de Obras Públicas do Rio (Emop), pela Companhia Estadual de Habitação e pelo Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura.

Já a bancada do DEM na Alerj indicou o diretor-presidente Francisco Luiz do Lago Viégas à Imprensa Oficial. A autarquia cuida da publicação dos atos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os deputados estaduais do partido são Dr. Deodalto, Fábio Silva, Filipe Soares e Samuel Malafaia. Na última semana, André Corrêa, preso na Operação Furna da Onça, braço da Lava-Jato no Rio, reassumiu o mandato por decisão da Justiça. Filipe é filho do missionário R.R Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. Samuel é irmão do pastor Silas Malafaia, dono da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

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Procurado por VEJA, Rodrigo Maia ainda não respondeu. Nos bastidores, políticos próximos ao parlamentar afirmaram que ele quer, primeiro, observar o desenrolar das investigações contra Witzel e os movimentos na Alerj em relação aos pedidos de impeachment que estão nas mãos do presidente da Casa, André Ceciliano (PT). Na última quarta-feira, Maia afirmou não ter visto a Operação Placebo realizada contra Wilson Witzel como uma ação politizada, ao contrário do que defendeu o governador, que culpou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com Maia, porém, é preciso investigar o vazamento. Na véspera da operação, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse em uma entrevista que haveria operações focadas em governadores.

Interlocutores ouvidos por VEJA contaram que Rodrigo Maia gostou da demissão do ex-secretário estadual da Casa Civil André Moura. Os dois são desafetos desde a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). À época, Maia articulou para ser o líder do governo, com o apoio do ex-ministro Moreira Franco. Mas quem assumiu a função foi Moura com a ajuda do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB).

Enquanto isso, o Republicanos, agora ex-aliado de Witzel, divulgou uma nota em que anuncia a saída do secretário de Trabalho e Renda, Jorge Gonçalves. Ele apresentou uma carta-renúncia. O comunicado foi assinado pelo presidente estadual da legenda Luis Carlos Gomes. Nele, Gomes justifica: “A corrupção já é abominável em qualquer circunstância, mais terrível ainda em meio ao caos e sofrimento da pandemia, com milhares de infectados e óbitos”. Na Alerj, o partido conta com quatro parlamentares.

Recentemente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro e o irmão dele, senador Flávio Bolsonaro, filhos de Jair Bolsonaro, se filiaram ao Republicanos. Witzel é hoje um dos principais inimigos políticos da família presidencial. A legenda é a mesma do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.

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Fonte Cássio Bruno
Data da Publicação Original: 1 June 2020 | 12:22 am


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