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Pausa em uma das sete frentes de batalha

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Resumo: Com a mediação dos Estados Unidos e França, Israel e Hezbollah aceitam um acordo de cessar-fogo no Líbano pelos próximos dois meses 

Após semanas de muitos bombardeios, deslocamentos e milhares de mortes, somados ambos os lados, a ramificação mais recente da Guerra no Oriente Médio, a guerra entre Israel e Hezbollah, teve um acordo de cessar-fogo anunciado pelo gabinete de segurança israelense e pelo presidente norte-americano Joe Biden. Apesar de muitos detalhes oficiais não terem sido revelados até o presente momento, acredita-se que a pausa nas hostilidades terá uma duração mínima de 60 dias, envolverá a retirada das tropas de Telavive do território libanês, e a implementação efetiva da resolução 1701 de 2006 do Conselho de Segurança da ONU. Tal resolução, elaborada, votada e aprovada em um contexto semelhante, determina, entre outros pontos, que o grupo terrorista xiita, Hezbollah, não pode atuar nos limites abaixo do rio Litani até a fronteira norte israelense, sendo esse território controlado e administrado pelo exército nacional do Líbano e as forças de paz da ONU, UNIFIL. 

Durante essas quase duas décadas que se seguiram após a aprovação da resolução, o Hezbollah a violou em repetidas ocasiões, inclusive aumentando a sua influência e controle territorial e militar na região montanhosa do sul do Líbano e atacando o Estado de Israel. Mesmo não sendo confiáveis e tendo como fiadores outros grupos e nações que constantemente quebraram e quebram o direito internacional, o Hezbollah concluiu que depois da morte de seu principal líder, Hassan Nasrallah, e da destruição intensa da infraestrutura civil e militar no sul do Líbano, que não teriam como sobreviver sem essa pausa no conflito. Do lado israelense, a fadiga de quase 14 meses de guerra em múltiplas frentes e o desgaste internacional da imagem do país, obrigaram Netanyahu contrariar sua própria coalizão ultraortodoxa e referendar o acordo com os fundamentalistas libaneses. 

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Merece destaque a mediação dos Estados Unidos e da França, através do governo de Joe Biden e Emmanuel Macron, para conseguir oficializar esforços diplomáticos até agora infrutíferos, e trazer um alento ao povo do norte de Israel e de todo o Líbano. Todavia, o que deve certamente ser comemorado como uma vitória do diálogo, apenas escancara que os israelenses ainda têm outras 6 frentes de batalha abertas e sem resolução no horizonte. A primeira delas é a guerra em Gaza contra o grupo terrorista Hamas e seus vassalos da Jihad Islâmica, um conflito travado em túneis, áreas densamente povoadas e montanhas de escombros, que vitimou dezenas de milhares de inocentes e ainda mantém quase uma centena de reféns israelenses por mais de um ano em localidades remotas do enclave palestino.

Na Cisjordânia, em suas mais diversas cidades, várias denominações de grupos de resistência e grupos terroristas também atuam de forma paramilitar contra os israelenses. Mais ao Sul da Península Arábica, temos os Houthis, terroristas xiitas iemenitas que impedem o fluxo normal da marinha mercante no Mar Vermelho e esporadicamente enviam drones à pequena costa israelense na região de Eilat. Na fronteira com a Síria, o Estado de Israel tem o próprio governo de Bashar al-Assad como inimigo, além de outras milícias islâmicas dentro do território sírio. Seguindo ainda mais ao Oriente, passando ao Iraque, onde novamente milícias fundamentalistas xiitas trabalham em conjunto com os demais grupos citados para destruir Israel. Por fim que chegamos ao cérebro de todas as operações, a mãe de todas as proxies, o Irã, uma ditadura teocrática islâmica que tem como um dos seus principais objetivos a erradicação do estado judeu e financia há décadas uma guerra por procuração contra Israel. 

Observando os últimos acontecimentos, o ano extremamente violento e sangrento no Oriente Médio, onde famílias foram separadas pela vida e pela morte, ou pelas arbitrariedades da guerra, chegar a um cessar-fogo é um grande alívio para milhões de pessoas. Se considerarmos que o Hezbollah é a proxy iraniana mais poderosa da atualidade, o acordo de hoje é um bom sinal de desescalada para uma guerra regional completa, já que seria nessa frente, onde a situação já dramática poderia se tornar completamente trágica. Todavia, a dureza da realidade que nos é apresentada, seja aos mediadores, seja aos políticos em Beirute, Jerusalém ou Washington, é que ainda há pelo menos seis largos e desafiadores passos a serem dados antes de se chegar à tão sonhada paz no Oriente Médio. 

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