Tecnologia melhora vacinas, mas ajuda a difundir desinformação sobre o tema

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Nova York, segundo semestre de 2018. Com o outono batendo na porta da cidade mais famosa do mundo, o clima mais frio foi um dos fatores que ajudou a desencadear um surto de uma doença que já estava extinta nos Estados Unidos há muito tempo. De repente, os hospitais começaram a receber inúmeros casos de sarampo… o clima pode ter ajudado, mas o fator decisivo veio de outro lugar – da internet e das fake news – o Facebook é novamente o vilão aqui, mas, nesse caso, o YouTube é particularmente culpado. Daqui a pouco a gente explica por quê.

São Paulo, inverno de 2019. A exemplo de Nova York, a capital paulista registra surto atrás de surto de sarampo. O governo se apressa em criar campanhas de vacinação – especialmente focadas no público-alvo, composto por quem tem até 29 anos. O comparecimento fica abaixo dos 30%, e a doença se espalha pela metrópole. O caso do sarampo é mais emblemático, mas poderíamos incluir na história o combate à zika, à dengue e até à gripe… A exemplo de Nova York, também por aqui o problema nasce nas redes sociais e, mais uma vez, o YouTube é talvez o maior vilão.

Felizmente, tomar vacina ainda é uma prática constante para os brasileiros. E a tecnologia foi decisiva para que essa prevenção se tornasse comum. Um bom exemplo é a vacina da gripe. O vírus Influenza tem uma alta taxa de mutação, por isso, as vacinas devem ser refeitas e distribuídas a cada ano. E essa é uma vacinação super importante. No pico dos casos de H1N1 – em 2009 – cerca de 2.000 mortes ocorreram no Brasil por causa da doença. 10 anos depois, o cenário mudou justamente porque as vacinas contra gripe incluem o vírus H1N1 na sua composição.

Um fator contribuiu para o aumento da distribuição vacinas: a automatização da produção. O processo automatizado eliminou uma série de etapas manuais, o que fez aumentar a produção de vacinas, que agora podem chegar a mais pessoas. Para chegar à fórmula da vacina da gripe todos os anos, existe um sistema de vigilância que é capaz de prever quais vírus estão circulando pelo mundo. Aqui no Brasil, três instituições fazem o mapeamento nos estados. Depois de captadas as informações, elas são encaminhadas para o controle de doenças em Atlanta nos Estados Unidos, o famoso CDC. De lá, a OMS – Organização Mundial da Saúde – compila os resultados e define como serão as vacinas do próximo ano. O bacana é que todo o trabalho dessas organizações pode ser visto em ferramentas online. A ferramenta de vigilância chamada Nextrain fornece informações em tempo real das populações de agentes patogênicos em todos os continentes.

O próximo passo da tecnologia na produção das vacinas vem da Inteligência artificial. O exemplo vem da Austrália. Apelidada de SAM, a tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Flinders. Eles desenvolveram um programa de computador que pode gerar trilhões de combinações de compostos químicos e permitir que a SAM decida quais desses compostos seriam candidatos promissores para novos medicamentos. Com a inteligência artificial, podemos entrar em uma nova fase da medicina, com vacinas sendo criadas mais rapidamente, e chegando às pessoas com muito mais velocidade.

Mas, aí, voltamos ao outro lado dessa relação entre medicina e vacinas e a tecnologia. Já que nunca tivemos vacinas tão abundantes e eficientes, de onde vem a atual resistência à vacinação? Uma atitude que tem levado ao reaparecimento de doenças já erradicadas? O problema também tem a ver com inteligência artificial.

No caso de Nova York, o problema parece ter surgido no meio de comunidades religiosas super radicais, que começaram a postar conteúdo – e especialmente vídeos com notícias falsas sobre vacinas – entre elas a do sarampo. Os conteúdos se espalharam pelas redes sociais e encontraram no mecanismo do YouTube o campo ideal para se propagar. Algo semelhante acontece no Brasil e também por aqui o serviço do Google é um dos grandes culpados.

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Data da Publicação Original: 2 May 2020 | 10:00 pm


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