Agricultores franceses intensificam protestos contra acordo entre União Europeia e Mercosul
Resumo: Em Marmande, localizada no sul da França, os manifestantes utilizaram tratores para derrubar barreiras de um supermercado e despejaram tambores e pneus na entrada
Agricultores franceses têm intensificado suas manifestações contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Em Marmande, localizada no sul da França, os manifestantes utilizaram tratores para derrubar barreiras de um supermercado e despejaram tambores e pneus em sua entrada. A principal preocupação dos agricultores é a potencial perda de mercado devido à entrada facilitada de produtos sul-americanos, especialmente do Brasil. Em Bordeaux, tratores e caminhões bloquearam a principal avenida, enquanto em outra ação, uma base logística de varejo foi obstruída.
O presidente da Câmara de Agricultura de Lot-et-Garonne expressou que o objetivo dos protestos é esvaziar as prateleiras dos supermercados para conscientizar a população sobre a importância dos agricultores franceses. De acordo com o professor de relações internacionais Vinícius Vieira, os agricultores se sentem ameaçados e buscam negociar com o governo francês, já que competir com o agronegócio brasileiro seria desafiador. A França, que subsidia fortemente seus produtores, demonstra resistência, como ficou claro na participação do presidente Emmanuel Macron na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
Em resposta aos protestos, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou a suspensão da compra de carne do Mercosul, surpreendendo o governo brasileiro e associações do agronegócio. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes criticou a decisão, considerando-a protecionista e prejudicial às relações comerciais. O Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, liderado por Carlos Fávaro, reiterou o compromisso com práticas agrícolas de qualidade e lamentou a postura do Carrefour.
O professor Vieira destacou a importância do acordo para o Brasil, que poderia atrair investimentos europeus e reduzir a dependência da China. Enquanto Espanha e Alemanha apoiam o acordo, o presidente francês Emmanuel Macron mantém sua oposição. Apesar da resistência francesa, o Brasil ainda não desistiu do acordo entre Mercosul e União Europeia.
*Com informações de Alvaro Nocera
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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