Carrefour enfrenta reação da indústria e do Congresso
Resumo: Indústria considerou caso encerrado; Congresso promete retaliação
O embate entre Carrefour e a indústria brasileira de proteína animal, provocado pela decisão do CEO global da empresa de boicotar as carnes do Mercosul, escalou. A indústria de carnes no Brasil, a exemplo dos frigoríficos JBS e Minerva, decidiu suspender o abastecimento da rede varejista. A retaliação ao boicote do Carrefour fez com que a rede emitisse uma nota dizendo que estava aberta ao diálogo para retomar o abastecimento de carnes nas lojas brasileiras. O CEO francês enviou uma carta ao Ministério da Agricultura pedindo desculpas pela confusão gerada a partir da fala dele.
A decisão da indústria de carne de suspender o fornecimento seguiu a lógica de: se a nossa carne não serve para os europeus, também não serve para os brasileiros. Ou seja, se os padrões europeus desqualificam nossa carne, não há motivo para mantê-la nas prateleiras locais da rede francesa. Brilhante a iniciativa da cadeia do agro, que não aceitou calada o desaforo de manchar a imagem da carne do Brasil e de outros países do Mercosul sob o pretexto de não seguir parâmetros europeus. O Brasil é referência em práticas ambientais e sanitárias no setor de carnes, mas decisões como a do Carrefour França negligenciam isso e afetam negativamente a reputação do agro no mercado global.
Após a carta de desculpas do CEO do Carrefour, a Abiec, que representa a indústria da carne bovina, disse que recebeu com satisfação o pedido de desculpas do CEO e que espera que as operações da rede francesa sejam restabelecidas. A ABPA, que engloba o setor de aves e suínos, também recebeu positivamente a carta e afirmou que considera o caso encerrado.
Já no Congresso Nacional, os representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária, assim como o presidente da Câmara, Arthur Lira, não ficaram totalmente satisfeitos com a carta do francês. Lira citou em reunião com a bancada do agro que o PL que prevê reciprocidade será pautado com urgência ainda nesta semana. Já a ex-ministra e senadora, Tereza Cristina (PP-MS), disse que o pedido de desculpas do Carrefour não responde aos danos causados.
A reação da indústria e da bancada do agro é um passo na direção de proteger a imagem do agro e fortalecer sua posição no mercado global. Para isso, é preciso ações coordenadas e estratégicas, além de firmeza diante de decisões que desrespeitem o excelente trabalho que o setor faz para colocar alimento na mesa de todos.
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