Homem negro denuncia racismo em supermercado na Grande SP após ser perseguido e agredido: ‘afetou minha honra e dignidade’
Resumo: Episódio ocorreu no dia 6 de novembro em um supermercado de Suzano, na Grande SP. Rede de supermercados diz que todos são iguais e que seus profissionais são devidamente treinados para que não ocorram quaisquer ocorrências. Um homem negro de 47 anos denuncia ter sido perseguido, constrangido e sofrido racismo em um supermercado em Suzano, na Grande São Paulo, após ter sido acusado de tentar furtar produtos do local. O caso aconteceu no dia 6 de novembro.
O episódio ocorreu no Supermercado Nagumo, na unidade do Jardim Dona Benta, em Suzano. No boletim de ocorrência, que o g1 teve acesso, o caminhoneiro Diógenes da Silva afirma que, após pegar um frango e seguir para o setor de produtos de limpeza, notou que havia um segurança da loja o seguindo. Nagumo informou que não teve acesso ao boletim de ocorrência registrado, mas assegura que não há motivo algum para qualquer tipo de discriminação na rede de lojas (leia íntegra da nota abaixo).
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“Eu estava andando no supermercado quando percebi que esse cara [segurança] estava me seguindo. Ele chegou a apontar com o olho e passar o rádio para os outros seguranças. Até que ele me parou e questionou: ‘tá com rabo preso, negão?’. Eu respondi que não tinha nada para esconder”, disse Diógenes ao g1.
Ainda de acordo com a vítima, em seguida, ele foi agredido pelo segurança com um soco nas costelas. Então, o homem ficou com medo, correu para frente dos caixas e foi cercado por vários seguranças, junto com o gerente da loja, que ordenaram para que ele tirasse a blusa e a camisa.
“Daí tive que tirar a blusa de moletom e a camisa do Palmeiras que eu tava usando. Eu tirei a roupa dentro do mercado, na frente de muitas pessoas. Foi muito humilhante”, diz Diógenes com a voz embargada.
O boletim de ocorrência diz ainda que, quando o caminhoneiro foi tirar as calças, os funcionários do supermercado mandaram ele parar, dizendo que o prenderiam se ele fizesse isso. Como nada foi encontrado com o homem, os seguranças o liberaram e pediram desculpas. Na sequência, a vítima pagou pelo frango e chamou a Polícia Militar que, devido a muitas ocorrências, não compareceu ao local.
“Esperei por mais de uma hora e meia e nada. Os seguranças ainda disseram para mim que a viatura nunca ia chegar, nunca ia chegar. Tentei conversar com o gerente e não me deram atenção. Ninguém ligou para saber como estou. Só uma senhora que estava lá que me acolheu. Tirou dinheiro do próprio bolso dela para comprar uma água e tentar me acalmar”, explica.
O caso foi registrado no 2º Distrito Policial de Suzano como constrangimento ilegal. Por tudo o que passou no estabelecimento, Diógenes afirma que vai em busca de justiça.
“Isso afetou a minha honra e dignidade. Ou isso [denúncia de racismo] faz parar ou isso também motiva outras pessoas que estão passando por isso também e ficam quieto. E faz eles terem um pouco mais de consciência, mais educação”, finaliza.
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O que diz a SSP, PM e o supermercado
O g1 questionou a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) sobre a natureza do crime que consta no boletim de ocorrência. Em nota, a pasta disse que “a autoridade policial, após examinar as versões dos envolvidos e demais elementos colhidos, deliberou pela tipificação de constrangimento ilegal, de acordo com o artigo 146 da Lei 12.830/13”.
Ainda segundo a SSP, as investigações seguem pelo 2º DP de Suzano, que atua para esclarecer os fatos, e que a classificação da natureza pode ser readequada no curso da investigação, de acordo com o surgimento de novos elementos no decorrer do processo.
O g1 ainda questionou a Polícia Militar sobre nenhuma equipe ter sido direcionada para o local, sendo que a vítima afirma que acionou a PM. Em nota, a PM disse que, no último dia 6 de novembro, foi acionada para “ocorrência de desinteligência em um supermercado em Suzano às 19h02, porém às 19h34 o mesmo solicitante pediu cancelamento, por não mais estar no local”.
Também em nota, o Supermercado Nagumo informou que não teve acesso ao boletim de ocorrência registrado, mas assegura que não há motivo algum para qualquer tipo de discriminação na rede de lojas. Além disso, informou que os profissionais que trabalham nos supermercados da rede “são devidamente treinados para que não ocorram quaisquer ocorrências como a citada”.
Confira a nota na íntegra da rede de supermercados:
Sobre o caso relatado por Vossa Senhoria não tivemos acesso ao Boletim de Ocorrência registrado. Entretanto, podemos assegurar que não existe motivo algum para qualquer tipo de discriminação na rede Nagumo.
Sabemos que todos somos iguais e os nossos profissionais são devidamente treinados para que não ocorram quaisquer ocorrências como a citada por Vossa Senhoria.
Por fim, a título de informação os Supermercados Nagumo possuem em nosso quadro de colaboradores, funcionários de todas as raças e etnias, desde empacotadores, operadores de caixa, balconistas, encarregados, gerentes, supervisores e diretores
Estamos em constante evolução e aprimoramento para prestarmos aos nossos clientes um excelente atendimento.
Muito obrigado e, desde já, registramos o nosso respeito e carinho ao cliente em questão.
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O episódio ocorreu no Supermercado Nagumo, na unidade do Jardim Dona Benta, em Suzano. No boletim de ocorrência, que o g1 teve acesso, o caminhoneiro Diógenes da Silva afirma que, após pegar um frango e seguir para o setor de produtos de limpeza, notou que havia um segurança da loja o seguindo. Nagumo informou que não teve acesso ao boletim de ocorrência registrado, mas assegura que não há motivo algum para qualquer tipo de discriminação na rede de lojas (leia íntegra da nota abaixo).
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“Eu estava andando no supermercado quando percebi que esse cara [segurança] estava me seguindo. Ele chegou a apontar com o olho e passar o rádio para os outros seguranças. Até que ele me parou e questionou: ‘tá com rabo preso, negão?’. Eu respondi que não tinha nada para esconder”, disse Diógenes ao g1.
Ainda de acordo com a vítima, em seguida, ele foi agredido pelo segurança com um soco nas costelas. Então, o homem ficou com medo, correu para frente dos caixas e foi cercado por vários seguranças, junto com o gerente da loja, que ordenaram para que ele tirasse a blusa e a camisa.
“Daí tive que tirar a blusa de moletom e a camisa do Palmeiras que eu tava usando. Eu tirei a roupa dentro do mercado, na frente de muitas pessoas. Foi muito humilhante”, diz Diógenes com a voz embargada.
O boletim de ocorrência diz ainda que, quando o caminhoneiro foi tirar as calças, os funcionários do supermercado mandaram ele parar, dizendo que o prenderiam se ele fizesse isso. Como nada foi encontrado com o homem, os seguranças o liberaram e pediram desculpas. Na sequência, a vítima pagou pelo frango e chamou a Polícia Militar que, devido a muitas ocorrências, não compareceu ao local.
“Esperei por mais de uma hora e meia e nada. Os seguranças ainda disseram para mim que a viatura nunca ia chegar, nunca ia chegar. Tentei conversar com o gerente e não me deram atenção. Ninguém ligou para saber como estou. Só uma senhora que estava lá que me acolheu. Tirou dinheiro do próprio bolso dela para comprar uma água e tentar me acalmar”, explica.
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O que diz a SSP, PM e o supermercado
O g1 questionou a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) sobre a natureza do crime que consta no boletim de ocorrência. Em nota, a pasta disse que “a autoridade policial, após examinar as versões dos envolvidos e demais elementos colhidos, deliberou pela tipificação de constrangimento ilegal, de acordo com o artigo 146 da Lei 12.830/13”.
Ainda segundo a SSP, as investigações seguem pelo 2º DP de Suzano, que atua para esclarecer os fatos, e que a classificação da natureza pode ser readequada no curso da investigação, de acordo com o surgimento de novos elementos no decorrer do processo.
O g1 ainda questionou a Polícia Militar sobre nenhuma equipe ter sido direcionada para o local, sendo que a vítima afirma que acionou a PM. Em nota, a PM disse que, no último dia 6 de novembro, foi acionada para “ocorrência de desinteligência em um supermercado em Suzano às 19h02, porém às 19h34 o mesmo solicitante pediu cancelamento, por não mais estar no local”.
Também em nota, o Supermercado Nagumo informou que não teve acesso ao boletim de ocorrência registrado, mas assegura que não há motivo algum para qualquer tipo de discriminação na rede de lojas. Além disso, informou que os profissionais que trabalham nos supermercados da rede “são devidamente treinados para que não ocorram quaisquer ocorrências como a citada”.
Confira a nota na íntegra da rede de supermercados:
Sobre o caso relatado por Vossa Senhoria não tivemos acesso ao Boletim de Ocorrência registrado. Entretanto, podemos assegurar que não existe motivo algum para qualquer tipo de discriminação na rede Nagumo.
Sabemos que todos somos iguais e os nossos profissionais são devidamente treinados para que não ocorram quaisquer ocorrências como a citada por Vossa Senhoria.
Por fim, a título de informação os Supermercados Nagumo possuem em nosso quadro de colaboradores, funcionários de todas as raças e etnias, desde empacotadores, operadores de caixa, balconistas, encarregados, gerentes, supervisores e diretores
Estamos em constante evolução e aprimoramento para prestarmos aos nossos clientes um excelente atendimento.
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