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O goleiro Manga marcou época no futebol brasileiro e defendeu a seleção na Copa de 1966

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Resumo: O jogador concedeu uma entrevista à Jovem Pan às vésperas do Mundial de 1978, na Argentina 

Na última coluna, citei Eusébio da Silva Ferreira, carrasco da seleção brasileira na Copa de 1966. Nascido em Moçambique, que, na época, era colônia portuguesa, o jogador foi o artilheiro do Mundial, disputado na Inglaterra, com oito gols. Diante do Brasil, na terceira rodada da primeira fase, ele balançou as redes do goleiro Manga por duas vezes e eliminou a equipe nacional.

BRASIL 1 × 3 PORTUGAL – Liverpool – 19.07.66

Brasil: Manga, Orlando, Fidélis, Brito, Rildo, Pelé, Denilson, Lima, Jairzinho, Silva e Paraná.

Portugal: José Pereira, Vicente Lucas, Hilário Conceição, Coluna, Simões, José Augusto, Eusébio, Jaime Graça, João Morais, José Torres e José Baptista.

Árbitro: George McCabe (Inglaterra).
Gols: Simões (15) e Eusébio (27) no primeiro tempo. Rildo (25) e Eusébio (40) na etapa final.

A preparação brasileira para a Copa de 1966 foi uma bagunça descomunal. O técnico Vicente Feola convocou 45 jogadores, número que subiria para 47 na fase de preparação. Ou seja, ninguém se entendia durante os treinos, ninguém sabia quem seria ou não titular. Praticamente todo o elenco foi utilizado na competição. Dos 22 da lista definitiva, só não entraram em campo Zito e Edu, este o mais jovem a ser convocado para uma Copa, com apenas 16 anos.

Apesar de tantos jogadores, somente dois goleiros foram convocados. Gylmar dos Santos Neves e Manga. Se os dois se machucassem, sabe quem iria para o gol? Pelé! Gylmar, goleiro bicampeão mundial pela seleção, dizia que o clima interno era horrível e chamava atenção para o desrespeito dos cartolas no tratamento dado aos jogadores: “Foi o maior desrespeito entre homens que já vi.”

A seleção venceu a Bulgária, por 2 a 0, e perdeu para a Hungria, por 3 a 1, placar negativo que se repetiu contra a poderosa equipe de Portugal, comandada pelo brasileiro Otto Glória. O goleiro Gylmar tinha se machucado contra os húngaros e ficou de fora do duelo decisivo. Diziam os supersticiosos que a primeira defesa do goleiro Manga em uma partida indicaria como seria o desempenho dele nos 90 minutos. Na primeira vez em que foi acionado, ele bateu roupa! O goleiro não jogou bem. Em outro lance, rebateu mal uma bola pelo alto e Simões marcou de cabeça aos 15 minutos.

Eusébio fez o segundo de Portugal aos 27 minutos, em uma falha da zaga brasileira. Na etapa final, Rildo diminuiu aos 25 minutos. Os portugueses chegaram ao terceiro gol e acabaram de vez com as esperanças brasileiras de chegar, naquele ano, ao tricampeonato: Eusébio, aos 40 minutos, venceu o goleiro Manga com um chute potente.

Nascido em Recife, em 1937, o goleiro vestiu as camisas de Sport, Botafogo, Nacional (Uruguai), Internacional, Operário-MS, Coritiba, Grêmio e Barcelona de Guayaquil, do Equador. Em 1978, às vésperas da Copa de 1978, na Argentina, Manga concedeu uma entrevista a Wanderley Nogueira. 

Ouça entrevista com Manga

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