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O Show dos Rolling Stones que Quebrou 56 Anos de Barreiras em Havana

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Resumo: Há oito anos, os Rolling Stones fizeram história em Havana, levando o rock proibido para 500 mil pessoas e marcando a abertura cultural de Cuba ao mundo 

Oito anos atrás, Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood faziam história na capital cubana. Se o rock foi um gênero musical outrora proibido, a banda resolveu fazer um show que pudesse fazer jus a todos os anos em que a população não teve acesso a apresentações de tamanha magnitude. Para se ter uma referência, é como se os Rolling Stones tivessem feito uma espécie de Rock in Rio na edição em que o Queen. Havia cerca de 500 mil pessoas presentes, de acordo com fontes das autoridades locais, quando os sons energizantes de “Jumpin’ Jack flash” abriram o concerto histórico.

A primeira banda de rock a se apresentar no país havia estado lá 11 anos antes, com Chris Cornell e Tom Morello, da Audioslave, uma vez que o gênero musical era considerado pelo governo Castro como uma ferramenta imperialista e capitalista americana. 
Diferentemente dos shows atuais, nos quais os cantores enxergam com maior facilidade os smartphones do que os rostos de seu público, a plateia de Havana trouxe um clima muito singular. Por mais que houvesse um grau técnico de imensa qualidade no show e muita tecnologia envolvida, o clima “old school” dos Rolling Stones combinava com a energia da cidade. Sem anúncios publicitários, lojas e “serviços associados”; com pessoas que registravam os momentos com seus celulares, mas não de forma excessiva; sem ao menos praça de alimentação, bebidas alcóolicas ou banheiros químicos, era a verdadeira música pela música que determinava as regras da Cidade Esportiva de Havana.

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Dezoito músicas foram tocadas em cerca de duas horas no show gratuito de 2016 – o primeiro grátis e ao ar livre de uma banda britânica no país, quebrando uma barreira de 56 anos, uma vez que o grupo britânico era considerado subversivo e bloqueado das rádios cubanas pelo ex-presidente Fidel Castro, junto a Beatles e Elvis Presley, por exemplo, a partir do fim da revolução de 1959. A apresentação foi capturada em som e imagem no filme “Havana Moon – The Rolling Stones Live in Cuba”, sob a direção de Paul Dugale.

O vocalista dos Rolling Stones admite que, mesmo após a decisão de tocar em Cuba, ainda não tinha clareza sobre como a performance seria realizada.

“Eu sabia de algumas pessoas que já tinham ido, alguns espetáculos de teatro, algumas bandas que já foram”, comenta Jagger,  em entrevista promocional do filme. “Nessa altura, a HBO mencionou – em algumas conversas que tive com eles – a realização de documentários, então tudo começava a se encaixar.”
 

À época, Cuba passava por um momento de abertura econômica e diplomática. Pela primeira vez em 88 anos, um presidente estadunidense havia entrado no país (Barack Obama) e as relações com o mundo capitalista estavam mais próximas. 

Dois anos depois da apresentação icônica dos Rolling Stones, a cantora Camila Cabello fez história ao encabeçar o hit “Havana”. Nascida na cidade homônima e falando que metade do seu coração sempre vai estar nela – pois mudou-se com seis anos para os Estados Unidos –, Camila falou de sua cidade para o mundo todo, fazendo um enorme sucesso. “Havana” foi o primeiro single de uma cantora mulher a encabeçar as paradas de Pop, Pop Adulto e Pop Rítmico na Billboard, desde 1996. A última vez que algo assim ocorreu foi com Mariah Carey e Boyz II Men, com o sucesso “One Sweet Day”.
 

Uma cidade extremamente musical

Em Cuba, a maior variedade possível de instrumentos ecoa pelas ruas: trompetes, saxofones, bongôs, chocalhos, tambores africanos e violões espanhois ecoam, tanto de dia quanto de noite. As vias públicas são o palco natural para a música cubana, em uma cidade onde a festa nunca para.

Essa mistura de sonoridades reflete uma fusão de influências musicais globais, que, ao passarem pelas mãos e pelos ouvidos cubanos, transformam-se em uma rica mistura de melodias e estilos. Dessa mistura nascem ritmos como salsa, son, rumba, reggaeton, jazz, bolero e outros — uma diversidade difícil de ser categorizada pela fluidez das notas e combinações melódicas.

A potência da música cubana é fruto da valorização da arte no país, que conta com escolas de música tradicional para formar novos talentos. Suas letras capturam a essência de Cuba, abordando desde temas revolucionários até histórias de amor, com uma sensualidade e presença que fazem dos ritmos cubanos algo cativante e único.

A música ao vivo é a alma de Cuba — espontânea e vibrante. Em cada canto, seja nas ruas de Havana, no carnaval de Trinidad ou nos bares e cafés de Santiago de Cuba, o visitante é imerso nos sons e na energia local. Em Havana, é comum ouvir salsas contagiantes ao passar pelo Paseo de Martí, enquanto no El Gato Tuerto, o jazz e o bolero tomam conta do ambiente. No Balcón 1930, do Hotel Nacional, é possível dançar em um espaço que já recebeu figuras como Ernest Hemingway e Frank Sinatra.

 

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