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Segunda Edição da ExpoCannabis Começa Hoje em São Paulo

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Resumo: Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Feira quer mostrar as potencialidades desse mercado além da medicina, como negócios de moda, decoração, fertilizantes e construção civil
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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

Craig Hastings_Getty

Feira de cannabis em São Paulo quer negócios além do medicinal para a planta

Começa hoje, sexta-feira (15), na capital paulista, a segunda edição da ExpoCannabis Brasil que deve atrair nos próximos três dias cerca de 40 mil visitantes. A feira pretende mostrar o uso da cannabis além do medicinal humano e animal, que permite tratamentos, por exemplo, com o óleo de canabidiol ou óleo de CBD. A planta pode ser matéria-prima para setores como a moda, a decoração, o de fertilizantes e a construção civil.

Na programação há fóruns que irão abordar legislação, uso medicinal e negócios do setor. Também haverá oficinas e sessões gratuitas de massagem com óleos essenciais, aulas de yoga e meditação, além de atrações musicais com artistas como Dawn Penn e Horace Andy. O objetivo é levar a feira de negócios de cannabis não a quem já é “convertido”, ou seja, já foi convencido da eficácia de medicamentos produzidos com a planta, mas fazer as demais pessoas, incluindo as que ainda têm preconceito, ter contato com aspectos concretos da aplicação nos mais diversos contextos. Em geral, a falta de aceitação está relacionada ao uso recreativo da maconha, que se torna alvo de julgamento moral.

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O público poderá conhecer aplicações da cannabis no âmbito da medicina, da medicina veterinária e da odontologia, além da oportunidade de ver e manusear itens como tijolos e papel feitos com cânhamo. O cânhamo é uma “prima” da maconha e pode servir para obtenção de fibras aproveitadas pelas indústrias de biocombustíveis, têxtil, entre outros ramos.

“Para quem está em dúvida sobre se estão cultivando ou não no Brasil, vale a pena ver que aumentou em 8.000% o número de pedidos de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça neste ano. Mesmo sendo uma base baixa, é um percentual alto, chegando ao STJ. Imagina o juiz lá ter que contar o uso individual para 15 plantas. Por isso é que a Corte está discutindo hoje uma coisa mais ampla, porque é impossível a gente sobrecarregar o Judiciário desse jeito”, afirma a empresária Maria Eugenia Riscala, que tem uma irmã com autismo. Hoje, ela é uma das sócias e CEO da Kaya Mind, núcleo que surgiu com o propósito de oferecer dados abundantes sobre as diversas aplicações da cannabis sativa. Um dos aspectos que demonstram o compromisso da companhia com a regulamentação da cannabis é justamente a forma como resolveu atuar: com governos ou outras empresas. Maria Eugênia faz referência à sessão do tribunal, realizada na quarta-feira (13), em que os ministros decidiram autorizar a importação de sementes e o cultivo de cannabis (maconha) exclusivamente para fins medicinais, farmacêuticos e industriais.

Segundo os idealizadores da feira, o mercado de cannabis movimenta mais de R$ 1 bilhão em headshops, growshops e marcas associadas. Apenas no Brasil, mais de 600 mil pacientes se tratam com cannabis medicinal e 2,8 milhões de adultos fazem uso regular de maconha.

Anuário da Cannabis

De acordo com o anuário produzido pela Kaya Mind, houve, somente no período de 2023 e 2024, aumento de 34% na quantidade de empresas do segmento no Brasil. Ao analisar mais de 6 mil produtos e mais de 1,5 companhias, em um trabalho que durou mais de um ano, apuraram que, no país, o mercado de sedas, item indispensável tanto para enrolar tabaco como para o consumo de cannabis, movimentou R$ 300 milhões este ano.

Assim como sua sócia, Thiago Cardoso afirma que a regulamentação deveria ser prioridade para as autoridades do país e que a proibição do uso de substâncias não tem se mostrado suficiente para inibi-lo. “Como o Brasil conseguiu diminuir o consumo de cigarros? Com política pública”, afirma.

Porta-voz da ExpoCannabis Uruguay, Mercedes Ponce de León disse que o fato de o país ter sido o primeiro do mundo a legalizar a produção, a distribuição e venda de maconha, em 2013, a regulamentação não foi a ideal. “Não é esperado que a primeira seja boa”, pontuou.

Mercedes afirmou que a regulamentação teve o efeito esperado pelo governo uruguaio. “Fez com que menores de idade deixassem de consumir.”

Diretora de pesquisa do Instituto Agronômico (IAC), vinculado ao governo de São Paulo, Alessandra Alves, disse que é necessário que a comunidade acadêmica acompanhe a pauta da cannabis, pelas inúmeras possibilidades que ela tem. “É uma planta e, como planta, a agricultura tem que começar a se envolver. Como pesquisadores, temos que antever, para, na hora em que [a regulamentação] chegar, já termos soluções para apresentar ao setor.” (Com Agência Brasil)

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