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Soja a céu aberto será realidade em 2025?

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Resumo: Consultorias alertam para possível ‘caos logístico’ na colheita 

Soja a céu aberto será uma realidade do agro em 2025? Anderson a pergunta é para você e eu explico com o contexto. A produção aumentou, você está falando em 171 milhões de toneladas. Déficit de armazenagem, pelo menos os últimos dados da Abimac era de 125 milhões de toneladas. Terceiro element: concentração da colheita. Tudo isso junto vai levar a uma situação inusitada que vai ser soja a céu aberto em 2025 no Brasil?

Anderson Galvão: Soja a céu aberto, até pela condição de clima principalmente no Cerrado, que é uma soja colhida ainda numa época do ano que chove, eu acho ela pouco provável. O agricultor vai lançar mão das estruturas físicas, vai correr para tirar milho que ainda sobra no mercado desses armazéns. E de preferência, também secar ou beneficiar essa soja minimamente para colocar em silo bolsa. E, claro, também em algum momento isso vai gerar uma aceleração do ritmo de fixações, do ritmo de comercialização, o chamado farm selling da safra 24/25. Por que? Porque não tem condições técnicas de deixar soja a céu aberto em pleno verão brasileiro, com chuva quase diária dependendo da região do Brasil.

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Agora, num contexto em que a gente tem filas de caminhões, potencial falta de armazém, você já falou aí que tira o milho para colocar a soja, tem demanda aquecida também por silo bolsa. Todos os fatores que você coloca, eles são factíveis? Porque a gente não está torcendo aqui para ter soja a céu aberto, não a gente só está explorando esse tema para entender se há um risco num cenário mais radical disso acontecer. Você descarta porque outras alternativas vão ser encontradas para evitar isso?

Anderson Galvão: Exato. Essa solução logística curta, não vou dizer que ela vai ser barata. Ela vai custar caro. Então, você vai ter soja na verdade estocada em cima de caminhão, em cima de vagão de ferrovia, em cima de silo bolsa e gradativamente esse fluxo acelerando para o porto.

Que efeitos colaterais essa concentração vai gerar? Vocês já fizeram cálculos para frete, já fizeram cálculos de preço ao produtor. E se vocês acreditam que pode ter soja a céu aberto.

Fabio Oliveira: Soja a céu aberto, como dito pela Céleres, é tecnicamente é mais improvável. Porém, claro, a soja sendo armazenada no próprio caminhão, nas filas que podem ser geradas. Isso é totalmente possível. E esse efeito da colheita num espaço de tempo, ele é atribuído, claro, ao plantio como vocês disseram que atrasou no início ali principalmente no Centro-Oeste. E agora o plantio ele atrasou e concentrou, vai concentrar a colheita e um volume muito grande.

Lembrando que você tem o frete da fazenda até os armazéns, você tem o frete dos armazéns até os portos e você tem a logística do porto. Então a logística vai ter que trabalhar muito bem. A frota não cresceu tanto quanto a nossa produção, isso pode onerar, sim, o preço da soja no interior. Uma das principais variáveis é o frete rodoviário e de acordo com algumas projeções que a gente viu, inclusive, alguns estudos da Esalq, isso aí pode acontecer até na ordem de R$ 6 por saca, uma depreciação pela soja, vamos falar Rondonópolis, ali no Mato Grosso. Essa soja pode ser depreciada em torno de R$ 6 por saca em relação que a gente teria situações hoje, situações normais. Lembrando que se a colheita correr tudo bem, como dito, tem previsões de chuva, isso pode até transformar o gargalo em um problema maior.

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