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Presença no Escritório Vira Métrica de Desempenho e Critério para Bônus

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Resumo: Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Enquanto companhias tentam atrair funcionários de volta ao presencial pelo bolso, pesquisas indicam que muitos aceitariam uma redução salarial para manter o trabalho remoto
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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.

 

Na eterna briga entre funcionários e empregadores sobre o retorno ao escritório, a mais nova estratégia por parte das empresas é atrair os profissionais pelo bolso.

A Deloitte informou os funcionários americanos da divisão tributária que a presença no escritório agora será levada em conta nas avaliações de desempenho, podendo impactar o bônus. Os profissionais devem trabalhar presencialmente de dois a três dias por semana.

Uma das Big Four – as quatro maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo –, a Deloitte tem mais de 450 mil funcionários em diferentes países. De acordo com a política oficial da companhia, os profissionais podem decidir o seu modelo de trabalho. “Pagar pela presença física não garante nem resultados nem engajamento”, afirma Fernanda Abilel, professora na FGV (Fundação Getulio Vargas), sócia-fundadora da How2Pay, consultoria focada em remuneração, e colunista da Forbes Brasil.

Na sua visão, se a política em relação ao modelo de trabalho mudou, não faria sentido pagar por isso. “Pessoas avessas ao novo modelo tendem a buscar novas oportunidades no mercado, com ou sem bônus.”

Isso porque para muitos profissionais, a flexibilidade é tão – ou até mais – importante quanto a remuneração. Nos EUA, cerca de 40% dos profissionais afirmam que aceitariam uma redução salarial de pelo menos 5% para manter seu trabalho remoto, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Harvard, Universidade Johns Hopkins e Universidade de Illinois em Urbana-Champaign.

Cabo de guerra entre o presencial e o remoto

Depois do boom do home office na pandemia, um levantamento realizado pela Deel com a Opinion Box, em outubro de 2024, indica que 51% das empresas operam em modelo totalmente presencial, enquanto 45% adotam o formato híbrido.

Outra pesquisa da Deel aponta que 54% dos profissionais que trabalham presencialmente no Brasil gostariam de migrar para o modelo híbrido ou remoto.

Mas os dias de trabalhar de pijama e evitar o trânsito no caminho para o escritório podem estar contados. Os modelos de trabalho flexíveis parecem estar em extinção no mercado de trabalho, apontam especialistas.

Gigantes como Amazon, JPMorgan e Goldman Sachs estão exigindo que seus funcionários retornem ao escritório cinco dias na semana, e especialistas sugerem que outras empresas devem aderir a esse movimento ao longo deste ano.

Bônus só para quem for para o escritório

Nesse contexto, a Deloitte não é a única a usar a presença no escritório como métrica para o bônus dos funcionários. Na empresa de tecnologia TCS (Tata Consultancy Services), a nova política de remuneração variável também integra a frequência dos funcionários.

Os profissionais que comparecerem por menos de 60% do tempo não receberão nenhum pagamento variável no trimestre. Aqueles com frequência entre 60% e 75% receberão 50% do pagamento variável, enquanto os que comparecerem entre 75% e 85% do tempo terão direito a 75% do pagamento variável. Somente aqueles com frequência acima de 85% receberão o valor integral do pagamento variável no período.

Ainda na tecnologia, o Google já havia informado os funcionários de que iria considerar a frequência no escritório nas avaliações de desempenho.

No último ano, o Lloyds Banking Group, segunda maior instituição financeira do Reino Unido, também confirmou que a frequência no escritório seria um critério para os bônus atrelados ao desempenho de seus funcionários mais seniores. A política da companhia permite o modelo híbrido, com pelo menos 40% de frequência no escritório.

Já na plataforma de vídeos de celebridades Cameo, o anúncio foi diferente. A empresa ofereceu aos funcionários um adicional de US$ 10 mil (R$ 58 mil) anuais em troca de quatro dias por semana no escritório em Chicago, nos EUA.

O CEO afirmou em entrevista que sabia que estaria pedindo mais dos profissionais ao exigir que abrissem mão da flexibilidade, e queria compensá-los por isso. Além do aumento, os funcionários também teriam almoço gratuito, estacionamento e academia no prédio.

Para a especialista em remuneração, no entanto, as estratégias não estão alinhadas com o propósito da remuneração variável. “Os programas de incentivos que compõem a estratégia de remuneração anual deveriam estar a serviço do cumprimento de metas de negócio, tipicamente financeiras ou vinculadas a ações estratégicas que viabilizem o crescimento e os resultados sustentáveis ao longo do tempo”, avalia Fernanda Abilel.

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