Selic a 14,25% ou Mais: Como Montar Uma Carteira de Investimentos Lucrativa?
Resumo: Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Na briga renda fixa x renda variável, a chave para o sucesso está na diversificação
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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O ano de 2025 já está em seu segundo mês, mas a incerteza sobre como a Selic chegará ao fim de dezembro ainda permanece. Apesar do alívio recente na cotação do dólar, há grande incerteza sobre como a economia brasileira reagirá à nova guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos e à movimentação do governo federal para equilibrar as contas públicas.
Se você já investe no mercado financeiro, sabe que para ter retornos positivos é preciso apostar em ativos que proporcionem tanto rendimentos quanto valorização. Para isso, os especialistas consultados pela Forbes Brasil destacaram alguns aspectos essenciais para ajudar você a escolher entre renda fixa ou variável e aumentar suas chances de sucesso em 2025.
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Na primeira reunião com o Banco Central (BC) sob a direção de Gabriel Galípolo e validando as expectativas do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa referencial Selic em 1 ponto percentual (p.p.) para 13,25% ao ano. O Copom também confirmou nova alta na reunião agendada para março. Ou seja, este ano, o cenário econômico brasileiro é caracterizado por uma taxa Selic elevada, com perspectiva de alcançar 15% ao longo do ano.
Tudo aponta que, seguindo a tendência do ano passado, 2025 deve ser muito positivo para os investimentos em renda fixa. Em síntese, os juros renderam bem mais do que a inflação. Segundo um levantamento da consultoria Elos Ayta, a taxa dos Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI) rendeu 10,78% em 2024. Isso significa juros reais de quase 6%, pois a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 4,83% — superando o teto da meta de 4,50%.
“A taxa de juros alta é resultado da necessidade do BC em combater a inflação, que apresenta uma diferença entre a meta estabelecida e a expectativa futura”, afirma Luciano Telo, executivo-chefe de investimentos (CIO) no UBS Global Wealth Management. Além disso, o equilíbrio das contas públicas se encontram no centro das discussões. O temor de um descontrole de gastos do governo amplia as possibilidades de inflação.
No cenário externo, o clima é ainda mais volátil. O presidente dos EUA promete tarifas de importação para diversos países sem que haja um padrão estabelecido para as tributações. “Essas mudanças geram incerteza no mercado, pois não é possível medir a extensão de tais políticas”, explica Telo.
Para o executivo, esse ambiente imprevisível somado a juros altos favorece os investimentos em renda fixa, já que proporciona retornos atrativos e mais seguros aos investidores. “Dentro da renda fixa, as posições indexadas (pós-fixados) e os ativos ligados à inflação são vistos como mais favoráveis”, comenta Telo. O executivo explica que os pós-fixados oferecem baixa volatilidade e um retorno alto, enquanto os ativos ligados à inflação oferecem um prêmio atraente, principalmente para vencimentos de médio e longo prazo.
Por outro lado, a renda variável enfrenta desafios. Devido aos juros elevados, o custo para as empresas obterem dinheiro, seja por empréstimos ou emissão de ações, está mais caro, reduzindo sua lucratividade. Como consequência, os investidores reagem negativamente, fazendo com que o preço dos ativos dessas companhias caiam no mercado de ações. “A combinação de juros altos e incertezas econômicas não geram retornos tão consistentes para esse setor de investimento”, diz Luciano Telo.
Outro fator que Telo destaca é que ainda não há um “gatilho” para que a renda variável apresente um bom desempenho. “Esse gatilho pode depender de fatores como um ambiente global mais favorável ou de um ajuste fiscal no Brasil”, explica o executivo-chefe.
A sócia da Blackbird Investimentos, Sharon Halpern, também afirma que os cenários internos e externos voláteis junto com os juros elevados favorecem os investimentos em renda fixa. Para ela, algumas das principais vantagens em investir no setor em 2025 são:
- Segurança: especialmente títulos públicos como o Tesouro Selic, que são considerados de baixo risco, oferecendo maior previsibilidade de ganhos;
- Rentabilidade atraente: já que com a Selic em em patamares altos, títulos pós-fixados atrelados à taxa básica de juros proporcionam bons retornos, superando a inflação e garantindo ganhos expressivos;
- Diversificação: a renda fixa oferece vários produtos e indexadores, permitindo ao investidor variar sua carteira conforme seus objetivos.
No entanto, Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter, aponta que até mesmo a renda fixa porde apresentar volatilidade. “Apesar das boas oportunidades que vemos nos prêmios, como com o IPCA+7%, teremos oscilações. Ressalto que em momentos de altas taxas é preciso prezar pela qualidade, já que elas significam maior risco”, afirma.
Vale ressaltar que, apesar do preço de tela dos títulos públicos variarem diariamente, o investidor não perderá dinheiro se carregar o seu ativo até o vencimento do título. Isso porque a rentabilidade acordada na hora da compra está assegurada.
E a renda variável?
Apesar dos obstáculos, os especialistas apontam que uma das vantagens da renda variável é o potencial de rentabilidade superior. Os investimentos em ações podem oferecer retornos maiores no longo prazo, principalmente em setores com potencial de crescimento.
Ou seja, a renda variável apresenta oportunidades para investidores que estão dispostos a assumir mais riscos e perdas no curto prazo. De acordo com Telo, o principal fator para quem quer apostar nesse segmento em 2025 é identificar os catalisadores que podem impulsionar o mercado acionário e ter uma visão de longo prazo.
Outro aspecto positivo desse tipo de investimento é a participação nos lucros das empresas, os famosos dividendos, que podem fazer parte de uma estratégia de renda passiva.
Para a estrategista-chefe do Inter, se o cenário fiscal no Brasil ficar mais claro, veremos uma recuperação mais sustentável da bolsa brasileira. “O mês de janeiro já mostrou um pouco disso. No entanto, acredito que as incertezas com Trump podem funcionar como um postergador do movimento favorável”, diz Joubert.
Aliar a rentabilidade e a segurança está entre os grandes desafios do mercado. Por isso, a diversificação é importante para equilibrar a carteira e mitigar riscos. É preciso dar importância ao seu perfil de investimento e traçar objetivos financeiros, garantindo decisões alinhadas a longo prazo.
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