Resumo: O filme “Love Lies Bleeding”, a mais nova produção da famosa A24, tem data de lançamento prevista para o dia 1º de maio desse ano. A obra, que possui 1h43min de duração, tem Rose Glass (de Saint Maud) na direção e a…
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O filme “Love Lies Bleeding”, a mais nova produção da famosa A24, tem data de lançamento prevista para o dia 1º de maio desse ano. A obra, que possui 1h43min de duração, tem Rose Glass (de Saint Maud) na direção e a presença de Kristen Stewart, Katy O’Brian, Anna Baryshnikov, Ed Harris, Dave Franco e Gena Malone.

Sinopse de “Love Lies Bleeding” (2024)

Lou (Kristen Stewart), é uma gerente de academia, em plenos anos 80, que acaba se apaixonando perdidamente por Jackie (Kate O’Brian), uma fisiculturista que chegou há pouco tempo na cidade e nutre o sonho de participar de uma competição de fisiculturismo em Las Vegas. Contudo, todo esse amor e desejo se torna o estopim de uma espiral de violência, sugando-as para os intrincados problemas da crimina família de Lou.

Atmosfera envolvente e atuações espetaculares

O hype em torno de Love Lies Bleeding é real e as expectativas em torno do filme eram grandes. Pode-se dizer, com convicção, que Love Lies Bleeding cumpre todas as nossas expectativas. É realmente um filme excelente, que prende e faz o tempo passar sem que percebamos.

A obra a serve terror, gore, ação, suspense, romance, sensualidade e o faz de forma espetacular, realmente dando conta daquilo a que se propõe. Temos de tudo um pouco e a diretora soube realmente trabalhar todas essas propostas. de forma inteligente e sagaz.

Um dos pontos que chama a atenção no filme logo de cara é a construção de toda a vibe e atmosfera oitentista. Claro, o filme se passa na década de 80, então obviamente iria ter elementos desse período. Mas mais do que uma simples caracterização ou mera “ilustração”, a obra logra em passar toda a energia, toda a vibe daquela época.

Aqui o propósito é mostrar todo o universo do fisiculturismo e a febre das academias e culto ao corpo nos anos 80. A diretora é simplesmente fenomenal na construção de cada detalhe, tanto quando se trata dos ambientes internos (como na academia, bar, casa), quanto nos ambientes externos.

No filme, vemos Lou (Kristen Stewart), que comanda uma academia em uma cidade no interior dos EUA se interessar por uma garota que passa a frequentar o local, Jackie (Katy O’Brian), forte, musculosa, linda e que acaba c0rrespondendo ao interesse de Lou. A relação entre elas é permeada por doses cavalares de paixão, amor e desejo.

Mas o filme não se restringe à uma tórrida e caliente história de amor, com seus momentos de carinho, sensualidade, amor e momentos conturbados. Love Lies Bleeding se torna uma verdadeira e violenta caçada, onde a violência e a vingança estão presentes.

Os relacionamentos ali na família de Lou são quebrados. Ela não fala com o pai, que é um criminoso que vive de fachada; não se dá bem com o cunhado, que agride a irmã (a qual tem dificuldade de se desvencilhar dessa relação abusiva); a mãe é viva, mas partiu e abandonou a todos. Esse ambiente, recheado de traumas e problemáticas vai gerar uma série de consequências tensas.

Impossível falar desse filme e não falar da performance incrível de Kristen Stewart. Aqui, mais uma vez, ela prova todo o seu talento. Sua atuação sagaz e maravilhosa é um dos pontos altos da obra. Personificando uma personagem mais desfeminilizada e antissocial, ela exibe uma interpretação que só conforma o quanto ela é talentosa, uma das melhores dessa geração.

Por outro lado, cabe destacar também a interpretação eletrizante de Katy O’Brian. Ela é magnética, cativante. Sua performance é forrada de energia, é simplesmente eletrizante. Ela se mostrou plenamente capaz de incorporar toda a impulsividade e a energia caótica e maníaca que sua personagem exibe em alguns momentos.

Em Love Lies Bleeding as fronteiras da fantasia e realidade ficam muito fluidas, permeáveis e turvas. Isso fica evidente, por exemplo, em determinados momentos quando a Jackie está nesse processo de construção do seu físico para realizar seu sonho, sobretudo quando ela faz o uso de anabolizantes. É como se observássemos a construção de algo que transcende a realidade, o mundo natural; é nesses momentos do filme que a fantasia e realidade se mesclam, através das imagens e dos sons dos músculos ali sendo construídos.

Existem 3 linhas que norteiam a narrativa de Love Lies Bleeding: o tórrido, caliente e conturbado relacionamento entre Jackie e Lu; os crimes cometidos pela família de Lou e afins e o sonho de Jackie de ser uma fisiculturista campeã. Mas não pense que essas 3 linhas não se conversam, pelo contrário: elas acabam se entrelaçando de uma maneira cada vez mais caótica e intensa, costurando-se de forma inefável.

O único pecado aqui reside em seu final. (ATENÇÃO!!!SPOILERS DAQUI EM DIANTE).

No final, quando Lou tenta se vingar do seu pai, é atingida por ele e está prestes a ser morta pelo mesmo, Jackie ouve de longe os gritos da amada. Em uma cena no estilo “transformação do Hulk”, uma Jackie preocupada e cheia de raiva se transforma (transformação essa motivada sobretudo pelos esteroides), aumentando não só os seus músculos, mas seu tamanho como um todo, se tornando uma gigante, literalmente e que, com isso, facilita Lou a se salvar. Em seguida, vemos uma cena onde Lou e Jackie parecem estar gigantes, em roupas coloridas, correndo felizes por entre as nuvens. É aqui o ápice da mistura da fantasia com a realidade no filme.

É claro que isso parece muito mais ser uma projeção fantasiosa das duas do que a realidade em si, mas ficou desprovida de sentido um pouco, fugindo além da conta do propósito da narrativa.

Mas, a despeito desse final, Love Lies Bleeding é excelente e vale cada minuto assistido.

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