Rivais (Challengers) – 2024 – Crítica de filme
Resumo: O filme “Rivais” (título em inglês: Challengers) foi lançado nos EUA em 22 de abril desse ano, tendo como diretor o cineasta Luca Guadagnino (“Me Chame Pelo Seu Nome”). Com uma duração de 2h11min, a obra tem no elenco a participação de…
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O filme “Rivais” (título em inglês: Challengers) foi lançado nos EUA em 22 de abril desse ano, tendo como diretor o cineasta Luca Guadagnino (“Me Chame Pelo Seu Nome”). Com uma duração de 2h11min, a obra tem no elenco a participação de Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor. Continue lendo para saber mais!
Sinopse de Rivais (2019)
Em Rivais, observamos Tashi (interpretada por Zendaya), uma tenista talentosa, mas que devido a uma lesão, deixa a carreira de jogadora e se torna treinadora. Ela passa a treinar Art (Mike Faist), que se torna seu marido. Art é um campeão mundialmente premiado e conhecido, mas está em uma etapa ruim da carreira. Ela o persuade a participar de uma competição de nível baixo do circuito profissional, onde terá de enfrentar seu antigo melhor amigo e também ex-namorado de Tashi, Patrick (Josh O’Connor). Patrick, por sua vez, apesar de ter seu talento, está no fim de carreira. Esse encontro do trio promete reacender muitas coisas.
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Um retrato dos desejos
O filme Rivais é, sem sombra de dúvida, um verdadeiro ensaio sobre o desejo, ou melhor, sobre o desejo e suas muitas possibilidades. Nesse filme, o diretor reconhece e nos faz reconhecer a importância e o poder que o desejo tem em nossas vidas, em nós mesmos.
Concordando com a maravilhosa Isabela Boscov em sua crítica sobre o filme, mais do que um reconhecimento sobre a importância e potência do desejo na vida do ser humano, a obra de Guadagnino é uma deliciosa celebração do desejo. O desejo aqui é retratado de maneira instigante, sedutora, fascinante, eletrizante.
Isso não apenas é representado através das atitudes e falas das personagens em si, mas também na própria cinematografia da obra, no modo como é feito o jogo de câmeras, na escolha de ângulos, na edição e mixagem de som, na forma como a trilha sonora casa com o momento da narrativa e se entrosa com o aspecto visual.
Aqui, por incrível que pareça, o foco não é o tênis, não é o esporte, mas o desejo, os relacionamentos humanos, sejam eles afetivos e/ou sexuais. Aqui o tênis, como a própria personagem de Zendaya dá a deixa no filme, o tênis aqui funciona como uma espécie de metáfora para o envolvimento entre as pessoas, para o relacionamento.
Aliás, apesar de sim o desejo sexual ser uma parte crucial dentro do enredo, da história, ele vai muito além disso. O desejo aqui em Rivais também é expresso na forma de perseverança, persistência, determinação.
Esse triângulo amoroso complexo e recheado de tesão e desejo se torna ainda mais explosivo quando estão os 3 juntos. Dois de cada ali já é um combo espetacular que nos envolve, que nos cativa, mas quando os 3 estão presentes ao mesmo tempo em ação, a energia é tamanha que chega a ser palpável. E Guadagnino não só soube manejar os atores e os elementos para construir isso em si, mas para lograr em transmitir isso para o espectador de forma que, de certa forma, nos sintamos energizados também.
Temos 3 personagens tão diferentes e que se entrosam de maneira única. Temos Tashi, uma verdadeira força na natureza, uma mulher que sabe o que quer e como conseguir e não medirá esforços para obter. Ela é sagaz, é poderosa, capaz de ter todos na palma de sua mão.
Há, por sua vez, Art (Mike Faist). Art é um cara do tipo mais doce, mais ingênuo talvez, do tipo que se importa e que cuida, atencioso, amável. Contudo, ele é mais passivo, alguém que carece de mais coragem, que se arrisque mais, que tenha mais tenacidade.
Por outro lado, temos Patrick (Josh O’Connor). Apesar de terem sido muito amigos e se darem muito bem, um complementando o outro, são bem diferentes em sua essência. Patrick é mais ganancioso, mais determinado, mais obstinado, mais ousado, alguém que não teme arriscar e não tem lá muitos pudores em fazer algo que não seja lá o certo.
Tashi encontra em cada um diferentes elementos para suprir suas diferentes necessidades. A escolha “definitiva” se torna praticamente impossível, uma vez que ela obtém com um o que não consegue com o outro e vice-versa. Apesar de ser casada com Art e ter uma filha com ele, ela permanece se envolvendo por vezes com Patrick.
Ainda que Art e Patrick compitam pelos afetos e desejos da mesma mulher, é inegável que possivelmente há algo além da amizade que reside sobre eles. Mesmo com toda a rivalidade, com todas as brigas e problemas, com a disputa por Tashi, há algo nesse relacionamento dos dois que mesmo Tashi não consegue suplantar de alguma forma, o que fica evidente nas cenas finais.
Parte considerável do trunfo de Rivais está nessa incrível escolha de elenco. Os trio escolhido é composto por pessoas talentosíssimas, tremendamente habilidosas e que mais uma vez aqui mostraram aquilo que são capazes.
Cabe um destaque especial para a atuação de Zendaya, em uma de suas melhores e mais maduras atuações. Seu domínio de cada momento, suas microexpressões transbordavam todos os sentimentos e sensações que a personagem deveria passar.
Rivais é, sem sombra de dúvida, uma das pérolas desse ano e vale a pena cada minuto assistido.
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