Uísque ou Arte? Coleção de Ladyburn Sai por R$ 1,2 milhão
Resumo: Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Destilaria fundada em 1966 durou nove anos, mas até hoje suas bebidas fazem história; enquanto Ha Chong-Hyun tem o status de ‘Artista dos Artistas’
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Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
Uma coleção de uísque Ladyburn de US$ 220.000, da William Grant & Sons, apresenta obras do artista coreano Ha Chong-Hyun, combinando os espíritos pioneiros da década de 1970 com a arte contemporânea em um lançamento inovador.
A William Grant & Sons apresentou uma notável colaboração entre a lendária destilaria Ladyburn e o renomado artista coreano Ha Chong-Hyun. A Ladyburn Ha Chong-Hyun Edition é uma coleção exclusiva de dez garrafas da destilaria, com um preço aproximado de US$ 220 mil pelo conjunto (R$ 1,277 milhão, na cotação atual). O uísque e a coleção curada de rótulos representam mais do que apenas um lançamento de luxo — personificam a interseção de duas forças pioneiras que moldaram seus respectivos ofícios durante a transformadora década de 1970.
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A existência da destilaria Ladyburn pode ter sido breve, mas deixou uma marca indelével na produção de uísque escocês. Enquanto isso, na Coreia dos anos 1970, Ha Chong-Hyun revolucionava a arte contemporânea. Suas jornadas paralelas de inovação agora se refletem em uma coleção que ultrapassa os limites entre a arte e os destilados premium.
A Inovação da Ladyburn
A destilaria Ladyburn foi fundada em 1966 dentro de outra destilaria, a de uísque de grãos Girvan, de William Grant & Sons, durante o boom do uísque nos anos 1960. Ela produziu uísque por apenas nove anos, antes de ser desmontada para dar lugar a uma expansão da Girvan. Os poucos barris remanescentes dessa destilaria de single malt das Lowlands tornaram-se lendários.
O novo lançamento consiste em dois barris de 50 anos, ambos destilados em 31 de maio de 1973 e maturados em barris de carvalho americano reabastecidos. “A década de 1970 foi marcada por disrupção, inovação e criatividade”, explicou Jonathan Driver, da divisão Private Client da William Grant & Sons. “A Ladyburn incorporou esse espírito de revolução e, embora tenha operado por poucos anos, a destilaria estava à frente de seu tempo de muitas maneiras.”
Driver continuou: “Ao mesmo tempo, Ha Chong-Hyun inovou com o processo Bae-ap-bub, transformando um trabalho de estúdio fisicamente exigente em composições abstratas comoventes — uma técnica inovadora que se tornou sua marca registrada. Durante esse período crucial, tanto a Destilaria Ladyburn quanto Ha Chong-Hyun desafiaram convenções, mudando o curso de seus ofícios. Esses legados perduram, continuando a inspirar e a moldar os mundos do uísque e da arte hoje.”
“Ladyburn introduziu inovações significativas em design industrial que continuaram a influenciar a produção de uísque muito depois de seu fechamento em 1975, permitindo que outras destilarias da Grant prosperassem”, acrescentou Brian Kinsman, Malt Master da William Grant & Sons.
“A Destilaria Ladyburn representava muito o jeito William Grant de fazer as coisas — sempre indo ao extremo e buscando mais inovações. Se você visitasse a Ladyburn em 1966, ela não se pareceria com nenhuma outra destilaria da Escócia na época.”
Hoje, os poucos barris restantes da Ladyburn são extremamente raros. Cada um contém uísque de um momento crucial na história da destilação, e decidir quando estão prontos para serem apresentados ao mundo apreciador de uísque é um momento tão importante quanto sua criação décadas atrás.
O Artista dos Artistas
Ha Chong-Hyun foi igualmente revolucionário na Coreia naquele período. Ele desenvolveu o Bae-ap-bub, que significa literalmente “método de pressão reversa”, onde pintava o verso de sua tela e empurrava a tinta através dela. Era uma técnica inovadora, única e um reflexo de seu tempo, no qual a juta dos sacos de estopa era sua tela e arame farpado e bobinas de metal eram mais fáceis de obter do que os materiais tradicionais de pintura.
“Ha Chong-Hyun conquistou o status de ‘Artista dos Artistas’, tendo estabelecido uma conexão autêntica com o mundo da arte internacional. O legado é um fio condutor dessa parceria, unindo os mundos do single malt raro e da arte contemporânea”, disse Driver quando perguntei sobre a decisão de trabalhar com Ha Chong-Hyun na coleção.
Para Ha Chong-Hyun, arte e tempo estão profundamente interligados, e essa filosofia se reflete na produção de uísque. “O uísque é fascinante em sua relação com o tempo, como ele amadurece e se transforma com o passar dos anos. Uma pintura também é um ser orgânico que respira ar, que não deixa de se comunicar com o tempo em que existe. Minha experimentação com materiais, em particular o uso da tinta, tem sido um retrato dessa passagem do tempo.”
Uma Coleção Curada de Arte e Uísque
A Ladyburn Ha Chong-Hyun Edition representa um casamento extraordinário entre uísque e arte, com lançamentos de dois barris. Juntos, eles criam uma coleção que atrai tanto colecionadores de uísque quanto de arte, além de apresentar cada universo a novos públicos.
Do barril 3219, foram curadas dez coleções de dez garrafas, cada uma exibindo uma obra diferente da célebre série Conjunction de Ha Chong-Hyun. O barril 3216 será lançado com 85 garrafas numeradas, cada uma contendo a obra Conjunction 78-7, escolhida pessoalmente pelo artista. Ha Chong-Hyun, em colaboração com a prestigiada Galeria Kukje, de Seul, selecionou pessoalmente as peças para garantir que fossem adequadas para serem vistas e consumidas como rótulos de garrafas de uísque.
“Sempre pensei que ver meu trabalho é uma experiência física”, explicou Ha Chong-Hyun. “Com essa colaboração, que conecta a imagem das minhas obras à paisagem desse raro e especial uísque, a escala obviamente mudou, mas é interessante ver como essa mudança trouxe uma nova dimensão e conexão com o observador.”
O fato é que a colaboração amplia a ponte entre os lançamentos de uísques premium e a arte, algo visto cada vez mais na indústria. A Ladyburn Ha Chong-Hyun Edition captura um momento em que duas forças inovadoras distintas dos anos 1970 finalmente convergem no tempo e, com sorte, atrairá mais consumidores para cada uma dessas esferas de interesse e colecionismo.
Como Ha Chong-Hyun resumiu de forma eficiente: “A colaboração dessas duas raras obras de arte e ofício, cada uma com sua própria e rica história de inovação e um legado de cinquenta anos, resultou na criação de um novo e especial objeto de coleção, uma obra de arte em si mesma.
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